quinta-feira, 24 de março de 2011


Hoje pensei que tudo poderia ser perfeito , tudo estava nos nossos planos , tu disseste - me que sim e eu acreditei . Esperei , cansei - me , desesperei e tu desiludiste - me , magoaste - me , feriste – me como nunca ninguém o tinha feito . Eu chorei , só queria morrer naquela altura . Juraste – me que nunca nos íamos separar ou afastar , disseste - me que seriamos um sempre e eu acreditei e mais uma vezes tu desiludiste - me. Queria apenas um momento para tentar voltar ao nosso “mundo” , queria apenas um momento contigo , mas nunca o pode ter  .  Custa respirar , a noite envolve-me no que pior , tem para dar e nem a luz da Lua me ilumina . A dor consome o meu corpo e a minha alma , enfraquece-me . O meu peito , quente de desilusão, arde . Quase rebenta . O que melhor que tinha em mim desfez - se em cinzas. Perdida, destroçada , amaldiçoada . Desisto de ti , sempre quis o nosso "sempre" , mas tu nunca me ajudavas a concretiza lo , acabas - te sempre por me desiludir , fartei - me das tua cobardias , nunca quis o nosso fim mas estou farta de que tudo ! 

quarta-feira, 23 de março de 2011

Quando supomos estamos a admitir algo como provável ou possível; estamos imaginar, a presumir; estamos a formar hipóteses sobre algo; estamos a considerar algo como verdadeiro estando ao mesmo tempo a crer, a julgar e a pensar.
É estranho existirem alturas em que gosto de supor e outras em que sinto exactamente o contrário pois, como consequência, ouço «isso são apenas suposições», mais estranho ainda é existirem alturas em que gosto de o ouvir. Já passei por uma fase de constante suposição, e digo constante suposição pois a minha mente estava constantemente a supor.«Vamos supor que correrá bem, portanto, se correrá bem, eu irei ficar bem», «Vamos supor que isto não passa de uma má fase, portanto, mais cedo ou mais tarde passará», «Vamos supor que ele sente o mesmo, portanto, se sente o mesmo,acabaremos por ficar juntos»: estas eram as suposições mais agradáveis da fase por que passei, mas mais agradáveis era igual a mais ilusão. «Vamos supor que será sempre assim, portanto, se será sempre assim, o melhor é habituar-me e lidar com isso», «Vamos supor que isto não é apenas uma má fase mas já parte da rotina, portanto, se assim o é, o melhor é tentar começar a tentar pelo menos lidar com a situação», «Vamos supor que chegou mesmo ao fim, portanto, se chegou mesmo ao fim, tenho de começar a pensar em esquecer e seguir em frente»: por outro lado estas eram as suposições mais duras e desanimadoras, mas estas suposições duras e desanimadoras eram também as únicas que não me faziam cair na ilusão.
A meu ver a vida está repleta de suposições, supomos quando estamos a sentir algo, quando queremos algo, quando perdemos algo, supomos porque gostamos de visualizar mentalmente as hipóteses existentes em torno do assunto em causa.
Vamos supor que é bom supor; vamos supor que se supusermos, visualizamos todas as hipóteses existentes em torno do assunto em causa e assim a consequência final será mais fácil de encarar; vamos simplesmente supor para que na realidade utilizemos o pretexto de que estamos a supor para não admitir directamente as possíveis consequências. Afinal, são tudo suposições
.
Dei por mim a pensar no facto de pensarmos (pode parecer um pouco estranho, mas esta foi a forma mais simples que encontrei para o dizer). Dei por mim a interrogar-mecomo é possível perdermo-nos no nosso próprio pensamento?Eu pessoalmente perco-me vezes sem conta no meu própriopensamento, é como se me “desligasse” do mundo exterior, fico apenas eu e todas as inúmeras coisas, suposições, histórias, questões e tudo o resto que me preenche a mente.
Posso pensar o que quiser pois não existe nada nem ninguém que me possa julgar, não existe nada nem ninguém que me possa criticar, não existe nada nem ninguém que escolha ou corrija os meus pensamentos. Nos meus pensamentos posso imaginar que o céu é laranja e o mar cor-de-rosa pois não existirá ninguém a dizer se isso é ridículo ou não, posso imaginar que são as pessoas que voam e não os pássaros pois não existirá ninguém a dizer-me que isso é completamente impossível, posso imaginar que é certo que encontrarei o que quero e serei feliz pois não existirá ninguém a relembrar-me de que a vida não é um conto de fadas e de que eu não sou como as princesas que neles entram.
Por vezes sinto que desabafo mentalmente, todas as coisas que sinto, todas as emoções, tudo o que se encontra “preso” é solto na minha mente, uma explosão mental de tudo o que está dentro de mim, e mesmo que não solte palavras elas estão soltam na minha mente pois será que podemos pensar sempre sem palavras? Eu acho que não porque, umas vezes mais presentes, outras menos, as palavras entram praticamente sempre.
Quando estou perdida nos meus pensamentos sinto-me bem, sinto-me de certa forma feliz, sinto-meabstraída de tudo, sinto-me segura e protegida, mas acima de tudo sinto-me livre. Afinal de contas, creio que o único sítio onde posso ser completamente livre é lá, nos meus pensamentos. $: